Levamos da nossa família de origem os muitos referenciais sobre o lugar e o papel de cada um em nossa nova estrutura familiar. Esse vínculo se orienta a um terceiro. Quando o casal tem um filho, através deste o homem e a mulher se tornam completos no seu masculino e feminino. De maneira plena e visível para todos.
Fantasias inconscientes de cada membro do par a respeito do funcionamento da conjugalidade e defesas compartilhadas possibilitam a tessitura de um laço através do qual pretendem responder às necessidades do outro, assim como ter as suas também atendidas. O desejo remete, portanto, ao objeto perdido e o amor constrói ilusões. Quando um casal se separa, diferentes emoções de intensidades diversas atingem ambos os cônjuges. O ressentimento e o ódio pela perda das ilusões depositadas no casamento ou no parceiro provocam um desejo de aniquilar o outro. Por se sentirem traídos e humilhados, vemos ex-cônjuges, nutrindo sentimentos de vingança, alimentarem nos filhos reações de repulsa e ódio para com o outro pai. Ambos validam as regras do jogo até o momento em que um deles questiona seu plaga no desejo do outro e com isso gera uma crise. Ela se perde ao perder o amor do homem.